Na última quinta-feira, o sindicato dos policiais civis de Salvador, organizou-se em uma pequena tropa e manifestou-se aquilo que a entidade classifica como assassinato. A morte do policial civil Valmir Borges Gomes no último dia 02, colocou sobre holofotes uma situação que já é comentada em várias rodas de conversas e pode-se sentir nas ruas: A corrupção policial.
Não é novidade que entre os agentes policiais existem bandidos, ou parafraseando o governador Jacques Wagner, existem laranjas podres.
Do outro lado, o SINDPOC (Sindicato de Policiais Civis do Estado da Bahia), insiste na paralisação da atividade dos policiais, contrariando determinação judicial pela ilegalidade do movimento.
"Estamos sem entender qual é o procedimento (para trabalhar). Será que esse secretário (de Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa) está determinando que toda ação dos policiais é para executar? Não sentimos comando (na Polícia Civil). Eu não posso prender um elemento, porque ele pode ligar para a Corregedoria e a Secretaria pode mandar me matar. Nós estamos com esse sentimento de insegurança na nossa gestão".
O discurso acima é do Bernardino Gayoso, secretário-geral do Sindicato e transpira o sentimento de revolta de uma classe trabalhista evidenciada justamente por aquilo que ela deveria combater. O crime.
Se o governador minimiza a ação truculenta da DTE (Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes), o SINDPOC parece querer jogar para debaixo do tapete o lixo de casa.
Baseado nos indícios colhidos na cena do crime o próprio Bernadino evidencia a impossibilidade de a vítima ter esboçado qualquer reação, uma vez que foi alvejado quatro vezes nas costas. "Essa reação é inaceitável. Tiros nas costas não se configuram como troca de tiro, é execução. Além disso, Valmir estava no banco do motorista e a arma apresentada como dele é um revólver 38 e ele usava uma pistola ponto 40. Apresentaram dois carregadores ponto 40 intactos, mas a pistola sumiu". Mas o fato de ele não ter reagido, não quer dizer que seus comparsas (na versão dos Policiais da DTE o Valmir estava acompanhado por dois outros) não tenham aberto fogo contra os policiais que dizem ter tentado prendê-los.
O momento não é de tristeza. Não se pode lamentar a morte de um Servidor Público que se aproveitou do cargo para extorquir uma pessoa a quem deveria oferecer proteção. Que a família dele o faça. O momento é de medo para toda a sociedade. Esses homens andam armados e (o pior!) à paisana se misturam a cidadãos comuns. Comportam-se como verdadeiros bandidos. Bandidos com credenciais e truculência o suficiente para desrespeitarem todos os direitos e garantias constitucionais e ainda contarem com o apoio da própria corregedoria ou de sua entidade classista ou SINDICATO. O cidadão o que tem?
Fonte das entrevistas: Jornal Atarde On line disponível em http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5694074
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