terça-feira, 10 de maio de 2011

Punição ou perseguição - O que a justiça está fazendo?

Hoje o jornal ATARDE em sua versão on line estampa uma manchete não muito rara: "HOMEM É PRESO POR COMERCIALIZAR MEDICAMENTOS DE VENDA PROIBIDA". Este caso aconteceu em um posto de combustível próximo à cidade de Milagres, não seria estranho se fosse aqui na capital.


Essa matéria seria um alívio caso a polícia agisse sempre indiscriminadamente e independente da grande desculpa que costumam dar para nada fazer. Culpam a grande demanda de crimes, a superlotação do sistema carcerário, a escassez de pessoal e até mesmo o judiciário que manda soltar. Este último motivo já virou até piada. Mas não se pode achar graça do comércio ilegal de medicamentos e produtos similares que se instalou nas ruas e becos de Salvador. Vão desde inocentes CDs e DVDs piratas a aparelhos celulares da china. Vão desde o "chumbinho" à lentes de contato, passando obrigatoriamente pelo PRAMIL e outros da mesma linha. Vendem até pão integral...


O povão agradece pela inércia da polícia e de nossos promotores públicos. Afinal é a única forma de conseguirem simular o estilo de vida dos mais abastados. Se bem que parando para observar os fregueses e "freguesa" desses "empreendedores" encontramos uma boa mescla de classes sociais. Quem disse que riquinhos também não gostam de levar vantagem em tudo, certo? A diferença é que os mais abastados podem reparar suas sequelas em clínicas e hospitais enquanto os paupérrimos vão empurrando suas mazelas pra debaixo dos papelões que cobrem sua calçadas... Fato é que entre esses clientes, até policiais fardados podem ser encontrados. Não se sabe se eles pagam pelos produtos que levam, mas a certeza é que consomem. E consomem muito.


O consumidor desses produtos nem se pergunta o quanto está sendo prejudicado. Sequer se pergunta como é possível a existência desse comércio. Comércio aliás, em muitos casos (como o do chumbinho) proibido por lei.


É preciso saber o que a justiça está fazendo e porque ela prefere perseguir ou punir determinados grupos enquanto outros parecem ser privilegiados por sua cegueira.